Em 2020, o turismo global foi duramente atingido pela pandemia. Nos oito primeiros meses do ano, o número de viagens internacionais caiu 70% em relação a 2019. A informação foi divulgada nesta terça-feira pela Organização Mundial do Turismo, que é um braço da ONU. Até agosto, foram 700 milhões de desembarques a menos em comparação ao ano passado. O número representa uma perda de 730 bilhões de dólares para o setor, o que equivale a mais de R$ 4 trilhões. Só para se ter uma ideia, o valor é oito vezes maior do que a queda experimentada após a crise de 2008.
No geral, todas as regiões do mundo registraram grandes tombos, sendo que a Ásia foi o continente mais afetado, com retração de 79%. Julho e agosto são, tradicionalmente, os dois meses mais movimentados do ano e o pico da temporada de verão no hemisfério norte, mas, neste ano, a queda ficou na casa dos 80%. O presidente do Instituto de Desenvolvimento, Turismo, Cultura, Esporte e Meio Ambiente, Bruno Omori, destaca que o Brasil também sofreu. “Nós tivemos uma retração entre os meses de abril, maio e junho de quase 90%, oferta hoteleira fechada, nós tivemos todas todas as viagens canceladas ou adiadas, tanto de negócios como de lazer, todas as feiras foram cancelas neste ano, então foi uma recessão forte”, disse. Ele afirma, no entanto, que a situação no país está melhorando em relação ao turismo interno.
A Organização Mundial do Turismo destaca que a crise no setor está gerando consequências sociais e econômicas dramáticas, colocando milhões de empregos e negócios em risco. A entidade defende que existe uma “necessidade urgente de reiniciar o turismo com segurança” e critica a falta de coordenação entre os países ao adotarem protocolos comuns. Segundo a OMT, a demanda por viagens permanece baixa devido às incertezas e o ano deve fechar com queda geral de 70%. A maioria dos especialistas prevê que o início de uma recuperação do turismo internacional em 2021, principalmente no terceiro trimestre.
*Com informações do repórter Afonso Marangoni