Uma rigorosa investigação conduzida pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul desmascarou uma intricada trama de corrupção em Canoas, centrada nos Procedimentos Investigatórios Criminais sob o número 00030.000.313/20222. Essa investigação, que culminou na “Operação Copa Livre”, expôs um esquema de conivência entre funcionários públicos e empresários, objetivando ganhos ilícitos através de contratos ilícitos com a administração municipal de Canoas.
Como resultado, processos criminais foram instaurados, agora sob revisão pela 4ª Câmara do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul. O prefeito afastado de Canoas, Jairo Jorge da Silva, está no centro das acusações, enfrentando crimes de corrupção, falsidade ideológica, peculato, lavagem de dinheiro e irregularidades em licitações. Essas acusações são detalhadas nos processos numerados 70085654507 e 70085691202.
Central à acusação está a contratação, sem licitação, de uma entidade civil para administrar um hospital municipal entre outubro de 2021 e janeiro de 2022. Essa ação é vista como parte de uma estratégia pré-concebida por uma organização criminosa, estabelecida antes da eleição de Jairo Jorge da Silva em janeiro de 2021, visando beneficiar-se indevidamente de contratações públicas.
Os envolvidos nesse esquema foram divididos em dois principais grupos: um político, liderado pelo prefeito e constituído por servidores públicos, e outro empresarial, formado por empresários e representantes de uma organização civil. Esses grupos trabalhavam conjuntamente para manipular as contratações públicas em seu favor.
Uma questão alarmante foi a acusação contra Fábio Ramos Cannas, ex-Secretário de Planejamento e Gestão, e outros funcionários, por comprometerem a confidencialidade das propostas em um processo de Dispensa de Licitação. Isso teria facilitado a manipulação do processo em benefício de uma entidade específica, prejudicando a equidade e a competitividade do procedimento.
Devido a essas ações, o prefeito Jairo Jorge da Silva, entre outros, foi afastado de suas funções, sob a justificativa de prevenir novas contratações ilícitas e proteger os cofres municipais. A suspensão, inicialmente por 180 dias, poderá ser prorrogada se necessário.
Esse escândalo, trazido à luz pelas investigações, levantou sérias questões sobre a conduta e transparência da gestão municipal em Canoas, sob a liderança do prefeito afastado, erodindo significativamente a confiança da comunidade nas autoridades locais.