O dólar disparou nesta sexta-feira, 30, e chegou a bater R$ 5,806, em meio às incertezas geradas pela volta de medidas de isolamento social na Europa e a aproximação das eleições nos Estados Unidos. No noticiário doméstico, o humor dos investidores foi afetado pela divulgação do crescimento da dívida pública brasileira para 90,6% do Produto Interno Bruto (PIB) em setembro, o maior valor da série histórica, e o novo recorde no desemprego. A moeda perdeu fôlego no início da tarde, e próximo das 12h50min, era cotada a R$ 5,771, avanço de 0,12%. Este é o maior nível que a divisa norte-americana chega em poucos dias. Na quarta-feira, 28, o dólar fechou a R$ 5,762, a maior cotação desde 15 de maio, quando encerrou a R$ 5,839.
Nesta sexta-feira foi divulgado o avanço de 12,7% do PIB na zona do euro, após forte retração causada pela pandemia do novo coronavírus. Apesar da alta, a atividade econômica da região é 4,3% menor do que no mesmo período do ano passado. O cenário positivo, no entanto, não foi suficiente para desviar a preocupação dos investidores em meio ao avanço da segunda onda da Covid-19 na Europa e a volta do lockdown na Alemanha e na França.
Depois de atingir o recorde de R$ 5,90 em 13 de maio, a moeda norte-americana entrou em processo de arrefecimento até bater R$ 4,85 no início de junho.O constante avanço da moeda nos últimos meses fez com que analistas vislumbrem a quebra da barreira histórica dos R$ 6 antes do fim do ano. O pessimismo é reflexo de uma “tempestade perfeita” no mercado cambial, formada pela taxa de juros mais baixa da história, a retomada de medidas de isolamento social em diversos países para conter o repique da Covid-19, além das incertezas no governo federal em manter a responsabilidade fiscal.