O sonho da Rafaela Cavalcanti de fazer uma cirurgia plástica acabou se transformando em pesadelo. O procedimento feito por um profissional que não é médico deu errado e a ela teve necrose em 60% no nariz. Desde a cirurgia, em julho do ano passado, ela já passou por quatro operações reconstrutivas. Hoje ela tem dificuldades pra respirar, além de ter desenvolvido transtorno de estresse pós-traumático. Agora, Rafaela tenta alertar outras pessoas sobre os riscos de realizar procedimentos estéticos com pessoas sem capacitação adequada.
O perfil criado por ela em uma rede social, chamado “Estética de Risco”, divide histórias e dá dicas sobre eventuais complicações que possam ocorrer. Em uma clínica na zona oeste de São Paulo, 80% dos pacientes buscam consertar problemas deixados por procedimentos anteriores. O cirurgião plástico, Alan Landecker, ressalta que, em alguns casos, o dano é tão sério que pode se tornar irreversível. “Obviamente pessoas que não tem grau de especialização apurado tentam fisgar através do fator financeiro e manipulação pelo Photoshop. O barato pode sair muito caro em cirurgia plástica.”
No caso da analista de comunicações Luciana Rodrigues, o resultado final de uma rinoplastia ficou completamente o oposto do esperado. “Até hoje ainda eu tento me conformar um pouco mais, ja procurei outros médicos. Mas confesso que tenho medo de piorar situação. Hoje em dia eu me odeio nas fotos e isso acabou atrapalhando o meu psicológico”, revelou. Para conscientizar sobre os riscos de realizar procedimentos estéticos invasivos com profissionais não qualificados, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica lançou uma campanha nas redes sociais. O objetivo é orientar que resultados milagrosos, como são divulgados principalmente na internet os famosos “antes e depois”, não existem.
*Com informações da repórter Letícia Santini