Neste domingo (25), o presidente Jair Bolsonaro fez um passeio de moto pelo Distrito Federal acompanhado dos ministros Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria do Governo, e Braga Netto, da Casa Civil. Enquanto o presidente se preparava para deixar a Feira Permanente do Cruzeiro, um homem não identificado pediu: “Bolsonaro, baixa o preço do arroz, por favor. Não aguento mais”. O chefe do executivo, aparentando ter se incomodado com a fala do cidadão, respondeu prontamente e em tom irritado: “Quer que eu baixe na canetada? Você quer que eu tabele? Se você quer que eu tabele, eu tabelo. Mas vai comprar lá na Venezuela“. Em seguida, sem receber outro comentário do homem, que deixou o local, Bolsonaro disse: “Fala e vai embora”. Pouco tempo depois, o presidente retornou ao Palácio da Alvorada.
Um dos principais componentes da alimentação diária dos brasileiros, o arroz registra alta desde setembro, quando o valor do grão chegou a dobrar com o aumento da demanda interna e externa, influenciada pela pandemia do coronavírus. No mesmo mês, o governo anunciou a redução total da alíquota de importação para uma cota de 400 mil toneladas de arroz. Bolsonaro tem negado a possibilidade de tabelar o preço, alegando que isso já foi feito no passado sem sucesso. “Não posso é começar a interferir no mercado. Se interferir, o material sobra na prateleira, isso que é pior”, afirmou para os seus apoiadores em 16 de setembro. O presidente disse, em declarações anteriores, que a expectativa é que o preço do arroz se normalize até o fim do ano.
Na sexta-feira (23), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou a prévia da inflação oficial. Os preços dos alimentos e bebidas tiveram a maior alta entre os grupos pesquisados, chegando a 2,24%, puxada por itens como o óleo de soja (22,34%), o arroz (18,48%), o tomate (14,25%) e o leite longa vida (4,26%). Bolsonaro relacionou a alta do valor do grão com a política de isolamentos: “acabaram com os empregos, aí sobe o preço do arroz, né? Fique em casa, pô. Já pensou se o homem do campo tivesse ficado em casa? Não teria nem a R$ 30, R$ 35 o pacote de cinco quilos. Não teria arroz”, afirmou.
*Com informações do Estadão Conteúdo