Vítima, de 34 anos, teve 70% do corpo queimado e morreu após ficar 25 dias internada. Mulher esperou quase 20 dias por vaga no Hospital João XXIII, em Belo Horizonte.
O Ministério Público de Minas Gerais ofereceu denúncia contra o homem acusado de colocar fogo na companheira em Alfenas (MG). Conforme o MP, ele é acusado de feminicídio pelo caso que aconteceu em maio deste ano. A vítima, de 34 anos, teve 70% do corpo queimado e morreu após ficar internada por 25 dias. Ela teve que esperar quase 20 dias por vaga no Hospital João XXIII, em Belo Horizonte.
De acordo com o Ministério Público, o homem, identificado como Jefferson Aparecido de Oliveira, não aceitava o fim do relacionamento com Elisangela Custódio. O MP destacou, ainda, que ele cometeu o crime mediante recurso que impossibilitou a defesa da mulher, com emprego de fogo e explosivo, “por razões da condição do sexo feminino, em contexto de violência doméstica e familiar”.
Segundo o MP, o denunciado tinha com a vítima um relacionamento amoroso desde meados de 2012, tendo com ela dois filhos, de 3 e quatro anos. Ele também possuía outra família constituída e outro filho, de cinco anos, com a outra mulher.
Ainda de acordo com as investigações, o Ministério Público disse que o homem tinha com a vítima um relacionamento amoroso conturbado. “O comportamento agressivo dele, inclusive, já havia sido objeto de registros policiais pelas duas mulheres”, pontuou o MP.
A denúncia do MP aponta que, nos dias que antecederam o crime, a vítima, após ter sofrido agressões físicas pelo seu então companheiro, manifestou o desejo de terminar a relação afetiva, o que gerou ameaças por parte do homem e, posteriormente, o levou a colocar em prática o plano de tirar a vida da mulher, o que ocorreu no dia 6 de maio.
Naquele dia, segundo o MP, ele aproveitou que a vítima tinha saído com as crianças e foi até um posto de combustível, comprou gasolina, retornou para a casa, localizada no Bairro Vista Alegre, com um galão e deixou o recipiente no quarto de um dos filhos.
“Pouco tempo depois, a vítima e as crianças chegaram em casa. Então, foi até o quarto de um dos filhos, pegou o galão com gasolina e entrou de repente no quarto da vítima, que estava deitada na cama, quando o denunciado ateou gasolina e fogo no corpo da vítima”, disse o Ministério Público.
A mulher teve 70% do corpo queimado e aguardou por quase 20 dias até conseguir ser transferida para o Hospital João XXIII, em Belo Horizonte. Ela foi levada ao hospital da capital mineira no dia 27 de maio, mas faleceu no dia 31 de maio.
Além disso, o MPMG aponta que o denunciado alterou o local do crime com o intuito de atrapalhar as investigações.