O faturamento da indústria cresceu 5,2% em setembro deste ano, registrando o maior crescimento desde outubro de 2015, segundo levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI). De acordo com a pesquisa, após cinco altas consecutivas, a elevação supera também a marca apontada no mesmo mês de 2019 em 12,6%. Apesar desta variação na análise mensal, o faturamento ainda é negativo na comparação do acumulado de janeiro a setembro, que assinala a queda de 1,9%. As horas trabalhadas na produção subiram pelo quinto mês consecutivo.
A utilização da capacidade instalada chegou a 79,4%, o emprego industrial, por sua vez, subiu 0,5% em setembro, após avançar 1,3% no mês de agosto. Em relação ao período semelhante do ano passado, foi anotado o recuo de 1,7%, enquanto no acumulado do ano a baixa foi de 2,6%. O gerente executivo de economia da CNI, Renato da Fonseca, diz que os industriais comemoram a retomada rápida da atividade, mas alerta para os desafios que vêm pela frente. “Isso significa exatamente a rapidez dessa recuperação. As empresas começaram a ter que produzir muito mais rápido, obviamente você vê empresas que infelizmente deixaram de existir durante a crise, mas é um bom sinal em termos de recuperação. Mas de novo: uma coisa é você recuperar a queda, que foi uma queda muito forte, a outra coisa é você dar uma continuidade, ou seja, retomar um crescimento de longo prazo”, disse.
Para o gerente de economia, o país tem que elevar a agenda de competitividade otimizando o sistema tributário para voltar a alcançar um crescimento em torno de 3% ao ano. Na comparação com setembro de 2019, a massa salarial real da indústria de transformação está 2,8% menor, pois parte das empresas segue adotando a suspensão de contrato ou redução de jornada com diminuição de salário. De janeiro a setembro, o declínio foi de 5,6%. A pesquisa é feita em parceria com 12 federações estaduais da indústria. Os estados pesquisados respondem por mais de 90% do produto industrial brasileiro.
*Com informações do repórter Daniel Liam