Mesmo com as tendências de mudanças durante a apuração dos votos na eleição dos Estados Unidos, o mercado global manteve, nesta quarta-feira, 04, um movimento positivo, identificado desde o começo da semana. Em princípio, o mercado endossou a ideia de uma onda azul, indicada pelas pesquisas com a possível vitória de Joe Biden para a Casa Branca, embora a preferência fosse por Donald Trump. No entanto, a vitória do candidato republicano na Flórida, um dos estados mais importantes para o pleito americano, animaram os ânimos. No Brasil, a Bolsa de Valores subiu 1,8% no pregão desta quarta-feira, enquanto o dólar recuou 1,9%, cotado a R$ 5,65 no comercial.
Os analistas ainda seguem divididos quanto aos motivos para tanto ânimo no mercado financeiro. Para Pedro Paulo Silveira, economista chefe da Nova Futura Investimentos, as perspectivas de um resultado rápido é o que mais impulsiona o mercado. Nas últimas semanas, o Congresso e o governo nos Estados Unidos discutiram a possibilidade de aprovação de um pacote que poderia ir de um US$ 1,8 trilhão, como chegou a admitir Donald Trump, até US$ 2,2 trilhões, como propôs o Partido Democrata. Já o estrategista chefe do Grupo Lattus, Jefferson Lattus, acredita que o mercado manteve o embalo positivo, em parte, por ainda contar com a vitória de Trump no pleito para a Casa Branca, que também defende um pacote econômico e não traria tantas mudanças na política como as sinalizadas por Biden. Em contrapartida, Álvaro Bandeira, economista chefe e sócio do Banco Digital Modal Mais, faz uma leitura diferente. Ele acredita que a onda positiva mostrou que os investidores assimilaram a ideia da vitória de Joe Biden e destaca que as mudanças propostas pelo democrata seriam positivas. O pior cenário projetado pelo mercado, mesmo antes das eleições, era o questionamento prolongado do resultado.
*Com informações da repórter Denise Campos de Toledo