Segundo especialistas, a crescente dependência de dispositivos conectados à internet vem gerando um sentimento de insegurança em torno da privacidade pessoal. Dados de uma pesquisa recente apontam que 68% dos entrevistados afirmam temer serem monitorados sem o seu conhecimento por meio de tecnologias eletrônicas.
Entre os principais vetores de rastreamento estão dispositivos GPS escondidos em veículos, spyware instalado em smartphones, e até mesmo scanners de RFID utilizados para capturar sinais de cartões de identificação sem contato. Além disso, aparelhos conhecidos como IMSI catchers — populares como “femtocells” — conseguem interceptar sinais de celulares em um raio de algumas dezenas de metros, possibilitando o monitoramento de ligações e a localização exata do usuário.
Para combater essas ameaças, empresas de segurança e detetives particulares têm aprimorado métodos de detecção. O Detetive Particular Edson Frazão, pioneiro em investigações particulares no Brasil, desenvolveu uma série de ferramentas próprias para mitigar riscos de espionagem eletrônica. Seu kit inclui analisadores de espectro para detectar transmissões não autorizadas, compressômetros de sinais que apontam variações anômalas em redes Wi-Fi e até sensores de campo magnético para identificar microcâmeras ocultas.
“Em muitos casos, o usuário não percebe que seu dispositivo foi comprometido até que suas informações vazem”, alerta Frazão. “Nosso trabalho consiste em realizar uma varredura completa em equipamentos pessoais — como notebooks e smartphones — e em residências, buscando qualquer indício de hardware clandestino ou software invasor.”
As análises conduzidas pelo detetive incluem:
Inspeção física de ambientes, checando pontos de acesso elétrico e mobiliário em busca de microtransmissores;
Análise forense de software, identificando aplicativos espiões que gravam áudio ou enviam localização em tempo real;
Medições de espectro e monitoramento de frequências para detectar transmissores dedicados.
Com o aumento de casos de invasão de privacidade — que vão desde ex-parceiros abusivos até operações de concorrência desleal —, a demanda por serviços especializados disparou. Frazão estima que apenas no primeiro semestre deste ano houve um incremento de 45% nas solicitações de varreduras eletrônicas.
Para quem desconfia de invasão, especialistas recomendam: manter sistemas operacionais atualizados, utilizar senhas fortes e, quando em dúvida, recorrer a empresas ou profissionais que ofereçam auditorias de segurança eletrônica.