O diretor do Instituto Butanta, Dimas Covas, indicou que os dados sobre a eficácia da CoronaVac, a potencial vacina de São Paulo com o laboratório chinês Sinovac, podem sair a qualquer momento. De acordo com ele, dos primeiros 9 mil voluntários, cerca de 2% apresentam incidência da infecção – ou seja, 180 pessoas foram infectadas pela Covid-19 ou estão em vias de infecção. A intenção é manter o número de voluntários em 13 mil, já que os dados são animadores. “A população escolhida foi a correta e os dados podem aparecer a qualquer momento”, disse Covas. O secretário da Saúde do Estado de São Paulo, Jean Gorinchteyn, completou dizendo que os estudos sobre a vacina estão adiantados e que não houve pausas durante a fase 3 dos testes por efeitos adversos graves – ao contrário de outras potenciais imunizações.
O Estado de São Paulo tem, nesta quinta-feira, 5, 1.125.936 casos confirmados da Covid-19 e 39.717 óbitos pela doença. A taxa de ocupação dos leitos de UTI está em 39,4% no Estado e em 42,3% na Grande São Paulo. Em relação ao número de internados, 3.059 estão em UTI e 3.842 em enfermarias – entre casos suspeitos e confirmados. Todos os números, de casos e óbitos, estão abaixo das projeções feitas para a 2ª quinzena de outubro. De acordo com Jean Gorinchteyn, a média móvel semanal de número de mortes ficou abaixo de 100 pela segunda semana consecutiva. Entre o último domingo (1º) e e esta quinta, foi registrada uma queda de 14% nas internações e 50% nos casos em relação ao mesmo período da semana passada – mesmo com maior testagem.
O governador do Estado, João Doria, fez um alerta e disse que, no Estado, a pandemia está sob controle. Porém, relatos recentes indicam que as contaminações estão crescendo em encontros sociais – como almoços de família, reunião na casa de amigos, balcão de bar e calçadão da praia. Por isso ele ressaltou que é importante respeitar o distanciamento e usar máscaras. A equipe da Saúde completou a fala do governador e disse que é preciso evitar cumprimentos como abraços, beijos e apertos de mão – mas que a situação do Brasil é diferente do que a da Europa. “Para que em São Paulo possamos avançar na Fase Verde [do Plano São Paulo], precisamos usar a máscara corretamente cobrindo nariz e boca”, disse. Celebrações com aglomeração das festas de fim de ano, como Natal e Ano Novo, não são recomendadas e indicam preocupação para o governo em relação à pandemia. O coordenador do Centro de Contingência do Estado, José Medina, ressaltou que os leitos de UTI estão sendo mantidos acima da média para eventual aumento do número de casos e internações — apesar de não ter indicações disso até o momento.